Nasceu na fazenda Lagoa do Morro, no ano de 1944, em uma das maiores fazendas de café da americana latina, situada no município de brejões. Apesar de não ter conhecido a mãe, morreu logo depois do seu nascimento, foi criada pelo pai e a madrasta.

Panhadeira de café, sua madrasta sempre zelou muito dela  e seu pai era panhador de café, tirador de leite, lavrador, fazia farinha, beiju, goma, tapioca e ela no meio aprendendo todos os ofícios. Amava brincar de boneca de siriloide (um tipo de plástico) ou de pano, cozido. Aprendeu a fazer roupa com sua madrasta que era costureira. Fazia boneca de pau e fazia belos vestidos, era procurada para fazer dessas bonecas para as demais crianças com as sobras de pano que colhia da madastra.

Foi casada com um homem muito machista, a proibia de sair de casa e ir até a igreja, na casa do pai, ao separar é que ela iniciou sua vida social, indo para as rezas. Casou-se aos 20 anos. Teve quatro filhos com o primeiro esposo, depois casou-se novamente e teve mais 3 filhos, sendo que dois deles faleceram ainda na infância, de sarampo.  Trabalhou de gari 28 anos e também atuava de empregada domestica em muitas residências. Panhava café, os filhos também ajudavam na lavoura.

Atuou por muitos anos trabalhando nas festas da cidade como fiscal do banheiro feminino e foi ai que após uma festa de São João, vendo as bandeirolas no chão, decidiu colher e aproveita-las para fazer flores recicladas e hoje essas flores são famosas, já chegou a vender até para outros países, como Portugal. Hoje também ela faz flores de papel. É voluntária na casa do brejo-centro de cultura e cidadania de brejões, atua como monitora em diversas atividades culturais, brincante do samba de roda mãezinha do céu, dançarina de forró, já atuou como brincante de samba no filme sertania de Geraldo Sarno.

Auxilia nas rezas de santos, devota de Nossa Senhora da Conceição e do Sagrado coração de Jesus. Ama contar histórias sobre a cidade e sobre as panhas de café. Tem um amplo repertório de cantigas populares e chulas, toca timbau com muito esmero, aprendeu desde muito nova nas rezas com o pai, aprendeu olhando os mais velhos tocarem. O pai fez um tambor de madeira e presenteou ela para treinar.

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